Sabia dessa? Botafogo deve mais de R$10 milhões para chefão do filme “Ainda Estou Aqui”

O domingo de Carnaval ganhou uma nova dimensão com a presença de Walter Moreira Salles no centro das atenções, graças ao sucesso do seu mais recente projeto cinematográfico, Ainda Estou Aqui

Porém, além de seu prestígio no mundo do cinema, Salles também tem uma ligação profunda e silenciosa com o Botafogo, envolvendo-se ativamente com o clube em aspectos financeiros e estratégicos. Para saber mais detalhes acompanhe as informações a seguir no Portal do Fogão Fanáticos.

A relação financeira entre o Botafogo e Walter Moreira Salles: um impacto silencioso e estratégico

Embora frequentemente discreto sobre seu vínculo com o time, Walter Moreira Salles, membro de uma das famílias mais ricas do Brasil e cineasta de renome internacional, exerce uma influência significativa sobre o Alvinegro, principalmente em momentos cruciais de sua trajetória. 

A relação de Walter com o clube começou a se materializar de forma oficial em 2017, quando ele e seu irmão, João Moreira Salles, compraram o Espaço Lonier, onde atualmente está situado o Centro de Treinamento do Botafogo, por R$ 30 milhões. A aquisição do terreno não se limitou a uma compra de propriedade, mas também a um compromisso de reestruturação, com a família investindo recursos próprios para realizar melhorias no local, antes utilizado para eventos sociais e festas.

A operação foi concebida com um plano de pagamento a longo prazo, no qual o Botafogo deveria quitar a dívida em até 30 anos. No entanto, dificuldades financeiras enfrentadas pelo clube, somadas a mudanças na administração, resultaram no não cumprimento das parcelas por parte das gestões subsequentes. Para contornar a situação, os irmãos Moreira Salles já haviam emprestado cerca de R$ 20 milhões ao clube, destinados a contratações e ao capital de giro, em momentos de crise.

Em 2021, o controle do CT foi temporariamente devolvido aos irmãos, que, na época, discutiram a possibilidade de transformar o espaço em um centro voltado exclusivamente para as categorias de base

A situação mudou com a chegada de John Textor e a transformação do Botafogo em SAF, quando, em um encontro com os irmãos, o novo acionista maioritário propôs um novo direcionamento para o Espaço Lonier, alinhando-se ao desejo da família de destiná-lo para o desenvolvimento das divisões de base.

Em termos financeiros, a dívida total do Botafogo com Walter e João Moreira Salles, que chegou a R$ 57 milhões, foi reduzida após a adesão ao plano de Recuperação Extrajudicial. O valor original foi renegociado para R$ 34,6 milhões, com um deságio de 40% sobre o total da dívida. Assim, o pagamento será realizado em parcelas mensais ao longo de 13 anos, com Walter recebendo cerca de R$ 110,8 mil por mês até o saldo ser quitado.

O vínculo entre o Botafogo e os irmãos Moreira Salles, especialmente Walter, é mais do que uma simples relação financeira; é um capítulo importante na reestruturação do clube e na busca por estabilidade, tanto dentro de campo quanto fora dele.